Parte da grande beleza da Maçonaria é ser simples,
com verdades eternas.
Explicações necessárias – Os homens são frequentemente atraídos para a Maçonaria por uma pessoa da família ou por um amigo, que é Maçom e a quem eles respeitam. Na maioria das vezes ingressam na Ordem baseados somente naquela relação de amizade, acreditando que homens bons não pertenceriam a uma instituição que não fosse digna.
Mas será que aqueles que não têm qualquer conexão familiar ou amigos maçons não deveriam receber explicações sobre Maçonaria e seus propósitos? Esta questão tem sido enfrentada por muitos Maçons que sabem que muitos homens em sua comunidade poderiam ser bons Maçons, e que poderiam ingressar na Ordem se soubessem mais sobre ela. Muitos Maçons se sentem inseguros em falar sobre Maçonaria para aqueles que não são maçons.
Respondendo a esse problema, estamos elaborando estes artigos, limitados a duas páginas cada, com o propósito de por em destaque pontos de interesse daqueles “não maçons“ que desejam saber, informar-se, conhecer e aprender determinados assuntos que podem ser comentados sobre Maçonaria.
Ninguém pode votar interese ou amor ao que desconhece. Para que os candidatos tomem real interesse pela Ordem, devemos dar a eles, no mínimo, uma preparação básica da Maçonaria. Para obtermos um homem que acredita na Maçonaria, um homem que seja um futuro membro ativo.
Podemos ainda dizer àquele que tenha revelado interesse pela Maçonaria o que se espera que ele faça ao se tornar um Maçom. E ele entenderá antecipadamente o que é, os motivos de suas palavras, e como isso o beneficiará. Isso poderá desencorajar uns poucos que simplesmente querem ser conhecidos como Maçons; mas, aqueles que realmente querem fazer algo são atraídos por organizações que manifestam claramente seus princípios, que convidam a assumir um verdadeiro compromisso.
Temos que usar o tempo que se fizer necessário para mostrar, ensinar e guiar o futuro Irmão a um claro entendimento acerca dos princípios maçônicos.
Devemos fazer um esforço sólido e concentrado para divulgar nossos princípios e pontos de vista nas comunidades onde vivemos. Ninguém fará isso por nós. Simplesmente não há desculpa por nos isolarmos em nossos templos enquanto a comunidade rodopia a nossa volta.
Uma de nossas metas deve ser a de melhorar o conhecimento público acerca da fraternidade maçônica.
A Maçonaria tem muito a oferecer. Ela tem sido uma fonte de sabedoria e satisfação pessoal para milhões de bons homens. Hoje em dia, seus princípios e seus benefícios estão disponíveis e são tão oportunos quanto sempre foram. Nós queremos, preferivelmente, aqueles que “farão”, e não aqueles que simplesmente “serão”.
Ajudemos, portanto, os Irmãos a compreender que os candidatos são necessários para a sobrevivência da Loja e para o crescimento e difusão do bom trabalho da Maçonaria.
Nós somos a maior fraternidade do Mundo, fundada nos mais nobres princípios. Devemos passar aos futuros membros que a fraternidade é o caminho, a missão e a meta.
Qual é o propósito da Maçonaria? - O propósito básico é “tornar ainda melhores os homens bons”, melhores pais, melhores maridos, melhores irmãos e filhos. Tenta dar ênfase ao individuo pelo fortalecimento de seu caráter, melhorando sua perspectiva moral e espiritual, e ampliando seus horizontes. Tenta construir um mundo melhor, construindo homens melhores para trabalhar em suas comunidades. E assim, os homens compreenderão melhor a justiça e praticarão a lei de Deus e todos os povos serão irmãos.
O ingresso está limitado aos homens adultos que possam reunir reconhecidas qualificações e padrões de caráter e reputação.
A Maçonaria é uma organização secreta ou uma religião? A resposta é não. Uma organização secreta é aquela que oculta seus membros, que se reúne em locais secretos, e que esconde do público sua organização e seus princípios. Essa descrição não se aplica à Maçonaria. Nossos segredos são muito poucos e dizem respeito a métodos de reconhecimento pessoal, alguns detalhes de nossos Graus, e à privacidade do voto de cada membro.
A Maçonaria não é uma religião, ainda que tenha algum caráter religioso. Em seus Princípios Fundamentais, deduz-se entre seus corolários: “A Maçonaria proclama, desde a sua origem, a existência de um Princípio Criador, ao qual, em respeito a todas as religiões, denomina Grande Arquiteto do Universo”. Afirma, assim, a existência de Deus que nos criou. Se o nosso corpo físico é perecível, a nossa alma é eterna e Deus, pela sua imensidade, está em tudo que existe.
Cada candidato ao ingresso na Maçonaria deve expressar a sua crença e fé em Deus. A Maçonaria não toma o lugar da religião. Ela acentua o compromisso pessoal e o envolvimento de cada membro na comunidade religiosa escolhida por cada um.
Recrutamento – Recrutar significa “angariar”; somente um Mestre poderá propor à Loja o nome de um profano que julgue digno de ingressar na Ordem. O recrutamento não é um ato social; comumente, são recrutados os amigos íntimos ou parentes, nem sempre aptos para se tornarem co-Irmãos e comungarem na mística maçônica. Espiritualmente, o Recrutamento é ato muito sério.
O maçom deve ter a certeza de que não é ele quem recruta, pois ele é um mero instrumento que o Grande Arquiteto do Universo usa para arregimentar mais um elemento “livre e de bons costumes”, para fortalecer com mais um elo a Cadeia de União.
Um Maçom deve estar sempre preocupado com o bom recrutamento da Ordem, esforçando-se por somente fazer admitir em sua Loja os profanos que sabe serem dignos, assinalando, sem hesitações, os candidatos que considerar indignos. Para isso, é necessário que tenha o trabalho de se informar sobre todos aqueles que, em seu redor, lhe parecerem suscetíveis de se tornarem bons Maçons e que não tema em solicitar a opinião de alguns dos Irmãos de sua Loja, antes de se decidir a propor um candidato ou de combater outro.
Numa grande cidade, as informações seguras são muito mais difíceis de serem obtidas do que numa localidade menos povoada, onde todo mundo é conhecido. É necessário, portanto, redobrar de prudência.
Antes de ser proposto um candidato, o maçom deve recolher-se em profunda meditação; buscar inspiração na prece, que é o meio pelo qual nos ligamos ao Pai; decidir se envia a sua proposta, dentro do templo; ter certeza absoluta de que a inspiração veio “de cima”.
Quando tiver a convicção de que se trata de pessoa honesta, é preciso ainda saber se o candidato está talhado para ser um Maçom. No caso de ser ele capaz de adquirir a nossa mensalidade comum, visto que deseje sinceramente aperfeiçoar a sua educação e seu valor moral, dado o seu sentimento de solidariedade fraterna, se é perseverante e fiel e se será assíduo.
Aqueles que são atraídos à nossa Sublime Instituição pela esperança de encontrar a satisfação de suas ambições, raramente tornam-se bons Maçons. Uma vez dentro da Loja, desviam os nossos Trabalhos no sentido de suas paixões ou de seus interesses. E, desde que se convençam de que as suas esperanças não se realizam, não mais frequentam as nossas Sessões, não pagam mais as suas mensalidades, fazem-se cobrir de direitos e tornam-se, na maior parte das vezes, difamadores encarniçados da nossa Ordem que nem mesmo tiveram tempo de conhecer.
Assim, nada mais recomendável que um método rigoroso a ser aplicado para o recrutamento.
Com esse espírito, e pela instância de assiduidade dos Obreiros, tão necessária à cultura do Espírito Maçônico é certo que há de ser conseguido um espírito de disciplina e desejo de aperfeiçoamento, uma harmonia perfeita, uma afeição fraterna. Trabalhos interessantes e fecundos e uma grande prosperidade material, intelectual e moral. E viveremos como Irmãos, não se fazendo nenhum mal, ajudando-nos mutuamente pelo sentimento natural da solidariedade.
Valdemar Sansão – M.’. M.’.